Campo Pequeno e a Tourada de Gala - Honrar a história… preservando o presente

Se em alguns aspectos discordo da forma e conteúdo como as touradas são transmitidas através da RTP, tenho que reconhecer -colocando de parte essas minhas objeções- que o espectáculo oferecido ao Mundo ontem desde o Campo Pequeno com a evocação histórica através da Tourada de Gala, foi um contributo para dar a conhecer em parte, um período da história de Portugal de grande esplendor.

Com grande visão e capacidade o meu Amigo Paulo Pereira, em conjunto com o responsável da GNR por este evento, conseguiram uma renovação daquilo que era habitual na encenação destas corridas.
Trazer ao Campo Pequeno os Santa Coloma, da Casa Vinhas, representou dar a conhecer um encaste que é um verdadeiro tesouro em Portugal. José Cáceres e Vasco Lucas deram esse contributo indispensável como comentadores da importância, origem e ramas deste encaste Santa Coloma/Saltillo. 

Há algumas dezenas de anos atrás, este encaste era o preferido pelas figuras do toureio mesmo em Portugal. Recordo que Paco Camino, que era compadre de João de Castro (Moita) e muito próximo da família Lupi, vir ao Montijo participar em festivais a favor do Asilo Montijense e “exigia” os Santa Coloma de Manuel e Mário Vinhas.

No que às lides se refere, destaco pelo que vi através da RTP, a actuação muito conseguida de Joaquim Bastinhas, um cavaleiro de carisma inigualável - só recordo Mestre Batista com tão grande apoio do público - quando cumpria a soma de 115 presenças na praça do Campo Pequeno; Tomás Pinto que confirmou a sua alternativa rubricando uma boa prestação; penso que António Telles não teve uma das suas grandes noites; Vitor Ribeiro tocou-lhe um touro complicado que se adiantava uma barbaridade; uma grande actuação de Gilberto Filipe na Catedral do Toureio a cavalo e a evolução e irreverência de Miguel Moura.
Os forcados quer de Santarém como de Montemor, estão numa fase de renovação, mas estiveram à altura dos seus pergaminhos.

(Imagens RTP)