Diego Puerta |
Tenho andado muito ocupado neste mês de Dezembro, isto porque é uma altura em que tenho de adiantar uns dias a saída da edição de Natal do meu jornal. Publicidade a quanto obrigas…
Por tudo isto tenho adiado reflectir neste blogue o meu pensamento e prestar a minha singela homenagem a D. Diego (Valor) Puerta, recentemente falecido.
A primeira vez que vi Diego Puerta tourear em Espanha, decorria o ano de 1972, era então eu um jovem aficionado, saído recentemente do serviço militar e a começar uma vida profissional.
Por essa altura, era desenhador orçamentista numa metalomecânica e o meu patrão de então, mantinha negócios em Espanha, aliás tinha como sócio um espanhol precisamente de Zaragoza, de nome Figuerola.
Numa das visitas de trabalho que fizemos os dois a Zaragoza, deslocávamos num Audi 100 LS, então novidade no nosso país e, quando circulávamos em Espanha onde só haviam as marcas que o Franco permitia, todos olhavam com espanto para o nosso bólide. Hospedámo-nos como sempre o fazíamos no Hotel D. You, porque os seus proprietários tinham laços familiares com portugueses – o José Lupi ficou ali hospedado muitas vezes – e na entrada do hotel estava um cartaz de um festival de beneficência que ia ter lugar em Saragoça nesse domingo e que logicamente não faltei.
Fermín Murillo |
Recordo o cartel que era composto por Fermín Murillo, que foi toureiro de Miuras, já no último ano de presença nos ruedos, Diego Puerta e Raul Aranda que tinha tomado a alternativa a 23 de Maio de1971 em Zaragoza. A praça registou uma grande entrada, mesmo com tempo chuvoso e o festival teve grandes momentos de toureio.
Antes, só “conhecia” Diego Puerta das criticas e reportagens do velhinho Digame que devorava de ponta a ponta e, na realidade, foi para mim um regalo poder ver ao vivo e logo em Espanha, o que por esse entonces não era para todos, D. Diego (Valor) Puerta.
Raúl Aranda |
Este enorme toureiro e figura de época, Ignácio de Cossio definiu-o assim:
“Trayectoria impecable, inmaculada, honrada y honesta, para el recuerdo dos tardes maestrantes: una la más sangrienta junto a Escobero, su primera por Abril. Su actitud heroica frente al girón de Miura estremeció hasta la aurora. Nunca le perdió la cara ni siquiera cuando a punto estuvo de arrancarle la yugular. Otra junto Curro Romero, Paco Camino y los Benítez-Cubero, tarde sevillana completa jamás vivida en el ruedo, allí estuvieron representados las tres escuelas y los tres talentos de Sevilla por la gracia de Dios. A sus compañeros Paco Camino y Santiago Martín “El Viti” no se les ha muerto un compañero sino un hermano de mil batallas, de las que ya no se verán nunca, de las que conquistaron juntos, hazañas para la historia llegando a traspasar el umbral del valor y el arte de que es capaz de ofrecer un ser humano. Ayer Diego Puerta se nos iba en silencio, si y la plaza estaba vacía también, pero que no se olvide nadie que en los tendidos tocaban palmas, Joselitos, Belmontes, Gallos y Manoletes junto a toda la torería porque eso fuiste tú ¡Torero y encima de Sevilla!”
Sem comentários:
Enviar um comentário