Só hoje tenho disponibilidade psicológica para falar da infeliz cornada que sofreu em Saragoça Juan José Padilla.
Vi a morte de Paquirri, assisti à de Montoliu, vi cornadas como a de Pepe Luís Vargas em Sevilha, a de Joselito ou a de Fernando Cepeda, mas custou-me encarar esta tremenda cornada do toureiro Jerezano.
Não é que Padilla seja um toureio do naipe dos meus eleitos, mas sempre o admirei pelo seu profissionalismo e entrega; pelo seu percurso como profissional metido naquele “comboio” das corridas duras, cuja factura pagou com muitas cornadas, só que esta terminou com o toureiro...mas que fique o Homem capaz de ultrapassar mais esta dura prova.
Nutro simpatia por Padilla pelo seu carácter. Dizem que é amigo do seu amigo, muito arreigado às tradições da sua Andaluzia. Amigo de poetas e cantadores de flamenco. Dizem que pai extremoso e que vivia para a família.
Foram precisamente as palavras que proferiu quando a caminho da enfermaria que me marcaram ao dizer: "não vejo… e os meus filhos". Tremendas emoções que este Homem viveu em poucos minutos.
É grave mas vamos todos os aficionados fazer votos para que recupere, porque o mundo do touro é muito vasto e solidário e há lugar para um Padilla noutras funções.
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