segunda-feira, 1 de julho de 2019

Zamora – Porta Grande para Ventura e Galán e uma orelha para João Telles, frente aos touros de Romão Tenório.

Depois do triunfo do ganadeiro arronchense na passada feira de Plasência ao cortarem 10 orelhas aos seus touros, a ganadaria do Monte do Tavares era aguardada com expectativa na corrida de rejoneo do dia 30 de Junho na Feira de Zamora. 




Cortaram-se seis orelhas e um rabo aos murubes de Romão Tenório. Cifra que podia ser melhor se Diego Ventura não perde de cortar mais duas no seu primeiro por não acertar com o rojão. Do mesmo se pode queixar João Telles que podia ter cortado uma orelha ao seu primeiro. Do curro que viajou de Arronches destaque para o bravo segundo (de nome Malagueño aplaudido no arraste), quarto e quinto. 
Sérgio Galán andou desenvolto com o seu primeiro (depois do excesso de capotazos) entendeu que os terrenos do touro eram os médios e não os de dentro. Variado na lide que rematou com um rojão e cortou a primeira orelha da tarde. Com o segundo raiou a maior altura com um toureio mais ajustado, colocando-se de frente nas sortes e adornando-se com os ferros de palmo. Levou o entusiasmo aos ‘tendidos’ e cortou duas orelhas.
Diego Ventura esteve magistral com o bravo ‘Malagueño’ com uma lide em que sacou o ‘Lio’ e o ‘Remate’ para uma lide que levou o delírio às bancadas, pelo ajuste nas sortes levando o touro ‘cosido’ ao estribo das montadas. Estava servido o ‘prato’ para que Ventura passeasse as orelhas do touro. Falhou com o rojão e posteriormente com o ‘descabello’. Ficou-se por uma grande ovação e o touro aplaudido no arraste pelas ‘mulillas’. 
Com o segundo do seu lote Ventura soube pelo conhecimento dos terrenos, absoluto domínio das montadas e como dar a volta ao público, com uma lide em sacou ao encastado touro tudo o que este tinha para lhe oferecer. Sabia que o ‘Nazari’ tinha essa capacidade para sacar o touro dos terrenos de dentro e levá-lo ajustado para os terrenos onde deixou ferros de grande emoção e exposição. Contudo a loucura chegou às bancadas quando tirou a cabeçada ao ‘Dólar’ para deixar os pares a duas mãos, conduzindo a montada apenas com as pernas. 
Ventura fez história na praça de Zamora quando o público de pé pedia a duas orelhas e o rabo que premiaram uma grande lide, só ao alcance dos privilegiados.
João Telles teve a colaboração do primeiro do seu lote para o seu toureio mais clássico. Deixou bons apontamentos do toureio frontal, entradas com leves batidas e por vezes com reuniões de exposição. Perdeu com o rojão aquilo que podia ser a sua primeira orelha.
Não estava fácil para o cavaleiro da Torrinha, mudar o rumo dos acontecimentos depois da triunfal actuação de Ventura. Sacou dos galões de uma dinastia toureira, entregando-se para que o público vibrasse com sortes variadas, em especial com um grande ferro em sorte de violino. Esteve certeiro com o rojão. Com toureria num verdadeiro desplante, esperou que o touro tombasse aos seus pés. Como prémio do seu labor, o público exigiu que o presidente Miguel Cepeda lhe conceda uma orelha. (Texto e fotos - Fernando Marques)








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