Paco Mora, articulista da revista Aplausos, escreveu no site
desta revista sobre a visão de Manuel dos Santos, essa visão que o levou a
colocar-se nesse terreno que outros depois iriam seguir em várias épocas do
toureio. Diz Paco Mora:
“El portugués Manolo Dos Santos fue el primer torero que
vimos los aficionados de mi generación cruzarse con los toros. Después, Pedrés
se cruzó más si cabe, acortó las distancias de un modo hasta entonces
inverosímil y, siempre que las condiciones de los toros lo permitían, les
ganaba un paso en cada muletazo demostrando que en aquel terreno eran posibles
un mayor porcentaje de faenas. Posteriormente llegaron Dámaso González y Paco
Ojeda que hicieron suyo aquel terreno descubierto por Dos Santos y perfeccionado
por Pedrés. Ambos ya dentro de una concepción de la tauromaquia más exigente y
técnicamente camino de alcanzar la perfección técnica actual”.
Manuel dos Santos como matador de touros e figura da sua
época teve essa visão de se colocar para tourear cruzando-se, deixando de estar
na paralela e que viria a dar a possibilidade de sacar faena a mais touros,
como o fez esse expoente deste conceito Paco Ojeda. O português foi um Homem
que andou sempre à frente dos da sua época…
Se como toureiro foi grande, maior foi ainda como empresário,
com essa visão do futuro que o caracterizou. Num Portugal pobre, onde ir aos
touros se ficava para a grande maioria assistir às touradas das suas feiras ou
festas locais, porque as deslocações eram só para alguns, Manuel dos Santos
previa o futuro. Com o evento da televisão a chegar a Portugal no final dos
anos cinquenta, foi quando à frente dos destinos do Campo Pequeno já nos anos
sessenta, apostou nas corridas televisionadas, em que muitos “velhos do Restelo”
diziam que seria o fim da Festa.
As então Fabulosas de Verão deram uma dimensão ao
espectáculo dos touros até então nunca alcançado.
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