terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Barcelona – A "estocada" final do senhor Pedro Balañá

- Monumental de Barcelona -
Ainda conheci Barcelona com duas praças: A Monumental e a Las Arenas, sabendo nós que tempos houve em que existiram três praças de touros na cidade Condal.
A de Las Arenas, acabou por ser derrubada para dar lugar um grande espaço comercial, ficou contudo a Monumental. “O Centro Comercial Arenas de Barcelona é um shopping um tanto diferente, inaugurado em 2011, e que se situa no encontro dos distritos do Eixample e de Sants-Montjuïc, bem na frente do Parc de Montjuïc.
O shopping surpreende pelo prédio que ocupa: a antiga Plaza de Toros de las Arenas. Muitos anos antes da proibição de touradas na Catalunha, a última corrida de touros de Las Arenas aconteceu em 1977. Depois disso, o espaço ficou abandonado até ser completamente reformado para se tornar um bonito centro comercial. No subsolo do shopping há várias opções de restaurantes, lanchonetes e cafeterias, além de um supermercado”.
- Pedro Balañá Mombrú -
Aquando da alternativa de Mário Coelho (filho) a 1 de Agosto de 1999 em Barcelona, fui com o João Queirós e o Maestro Armando Soares acompanhar este dia tão importante na vida de um toureiro.
- Shopping Arenas de Barcelona -

Recordo que chegados a Barcelona o Queirós queria ir à bilheteira comprar as entradas. Não concordei com a sua decisão. Dado que, como única revista portuguesa como a Novo Burladero, merecíamos o tratamento que em qualquer parte do Mundo se dá a um órgão de comunicação: condições para exercer o seu papel de informar os seus leitores. Perante esta posição o Queirós disse-me: então vai tu tratar do assunto. Assim fiz. Dirigi-me à porta principal, identifiquei-me e mandaram-me esperar. Passado pouco tempo, foi o próprio Pedro Balañá Mombrú, neto do grande D. Pedro que, afavelmente, me cumprimentou e perguntou se estava sozinho, ao que lhe disse que estava o director da revista Novo Burladero e o Maestro Armando Soares. Com grande simpatia pediu-me para os chamar e lá fomos para o escritório da empresa, todo ele um museu com fotos de D. Pedro e Manolete, entre muitas outras. Pareceu-me este Pedro Balañá ser uma pessoa de princípios e aficionado pela forma como se comportou e connosco, falou e nos levou para o burladero da empresa.
Durante toda esta polémica sobre o encerramento da Monumental de Barcelona, Pedro Balañá, manteve-se em silêncio. Assumiu há alguns anos atrás que era espanhol e aficionado, mas isso foi já há muito tempo. Naturalmente esqueceu-se dessa sua afirmação.
- Interior do shopping Arenas de Barcelona -
Agora que a justiça foi feita e Barcelona e a sua Monumental podia voltar a dar touros, eis que este senhor dá a “estocada” final em todo este imbróglio. A empresa Balañá/Matilla não vai voltar a dar touros em Barcelona nem, tampouco, colocar a praça para exploração contratual com outra empresa. Por detrás de tudo isto, dos interesses do “império” Balañá, conseguido com os touros e com o cinema, está a ligação a outros grandes interesses, nomeadamente os imobiliários com a grande área que a Monumental ocupa no centro da cidade Condal.
Pelo menos, o senhor Pedro Balañá podia colocar a praça em exploração por mais duas ou três temporadas, porque a Barcelona taurina já morreu há muito. É verdade que encheu com José Tomás, Morante e Serafin Marín, mas isso foi uma excepção. Então se o tempo lhe desse razão teria o seu negócio imobiliário, mandando abaixo a Monumental como fizeram com Las Arenas.


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