sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O Ostracismo para com López Simón, ou a imprensa seguidista.

É sempre mais fácil estar ao lado dos vencedores. Estar ao lado dos que estão na berlinda no momento. O difícil é ser coerente nos critérios de apreciação. Já não é o caso de ter ou não “buena prensa” como dizem os espanhóis. É um caso de sanidade intelectual, um compromisso com a profissão que se rege por um código deontológico em que não cabem as parcialidades, as modas ou os que mais gente possam levar às praças.
Se Espanha hoje vive o momento que vive, sobretudo a temporada de 2016, ela ficou-se a dever principalmente a um toureiro: López Simón, com as suas saídas a ombros em Madrid, conseguidas a ferro e fogo e também o seu sangue. López Simón pediu a gritos esta “revolução" no toureio. Que permitisse aos jovens valores poderem discutir os primeiros lugares no escalafón. Alternar com as figuras nos cartéis das feiras mais importantes…e conseguiu-o. Veio depois de Nimes, da sua alternativa, Andrés Roca Rey que com outra estrutura por detrás que não a de Juian Guerra, o apoderado independente de López Simón e Miguel Abellan, conseguiu colocar toda a gente a falar do toureiro peruano, relegando a imprensa para segundo plano, tudo o que tinha e tem feito o toureiro de Barajas.
López Simón triunfou em todas as praças importantes por onde passou, colocou-se à cabeça do escalafón de matadores e parece que nada se passou. E o que se passou foi isto: 72 festejos toureados, 128 orelhas cortadas, 7 rabos, 33 faenas de 2 orelhas, 1 indulto e 160 reses lidadas.

Entre os escribas, não próximos dos vencedores, dos que têm melhor prensa. Um daqueles que dá o peito e carrega a sorte na hora de escrever, deixou estas palavras sobre Alberto López Simón e que dão que pensar. É contudo muito cedo para saber qual será o seu lugar no toureio mundial, mas há que fazer jus ao papel que teve na mudança de paradigma no toureio em Espanha.

“López Simón, Alberto, es y será siempre el Juan Bautista de la Biblia, no el de Arles, porque abrió las puertas a los jóvenes. Arrancó como un bólido y enseñó calidades y cualidades sensacionales. Dosificado y feliz, Alberto debe volver al pelotón de cabeza o a la cabeza del pelotón, que no es lo mismo.”

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