segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Partiu o Marquês de Albasserada, ganadeiro de estirpe

Sempre que parte um ganadeiro como o Marquês de Albasserada, embora de idade avançada, é uma perca para a cabana brava e para a tauromaquia.
O Marquês de Albasserada era uma pessoa querida em Sevilha e em toda a Espanha. Pela mão do meu querido Amigo, Maestro Armando Soares, tive o privilégio de o conhecer de perto, quando em Sevilha, a “bordo” do "Margarita II" (barco ancorado num cais no Guadalquivir), íamos e participávamos, como aficionados portugueses, nos colóquios após as corridas.
A sua figura de cabelo já grisalho, casaco azul e lenço ao pescoço, davam-lhe aquele ar de fidalgo e senhorio, que hoje falta a muito ganadeiro. Não tinha pejo como aconteceu em certa ocasião, não ter lugar nos cadeirões e sentar-se no chão, como um comum dos mortais.
Os colóquios sempre me cativaram pela troca de opiniões, formas e conceitos de ver o touro e o toureio. Por estas alturas no “Margarita II” eram Manolo Vidal, Gabriel de Rojas e Rafael Moreno - que mais tarde seria apoderado de Juan António Ruiz “Espartaco” -, os mentores destes colóquios. 
No hotel Macarena ou no Colón, dominavam nesse tempo Manolo Molés e Marivi Romero, os todos poderosos desse e doutros momentos na comunicação taurina.
Foi precisamente no “Margarita II” que admirei a amabilidade, simplicidade e paixão pelo touro e pelo toureio, deste senhor que agora partiu. Que em Paz Descanse.

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